Como provar a posse para pedir a usucapião: dicas práticas
- Heitor Broseguini e Vinícius Sant'Anna
- 20 de fev.
- 3 min de leitura
Neste artigo, vamos apresentar dicas práticas sobre como reunir provas para comprovar o exercício de posse e aumentar suas chances de sucesso em um pedido de usucapião.

A usucapião é uma ferramenta jurídica poderosa que permite a regularização da propriedade de um imóvel por quem o utiliza de forma contínua e pacífica durante um determinado período de tempo. Contudo, para que a usucapião seja reconhecida, é essencial comprovar o exercício da posse. Muitas vezes, essa é a etapa mais desafiadora do processo.
Neste artigo, vamos apresentar dicas práticas sobre como reunir provas para comprovar o exercício de posse e aumentar suas chances de sucesso em um pedido de usucapião.
1. Entenda o que é a posse
Antes de reunir provas, é fundamental entender o que caracteriza a posse para fins de usucapião. Segundo a legislação brasileira, posse é o controle de fato sobre um bem, com ânimo de dono, exercida de forma:
Pacífica: Sem oposição ou litígio.
Contínua: Sem interrupções durante o período exigido.
Exclusiva: O possuidor exerce os poderes sobre o bem como se fosse o verdadeiro proprietário.
2. Documentos que comprovam a posse
Reúna todos os documentos que demonstrem sua relação com o imóvel e o uso do bem. Os documentos mais relevantes incluem:
Contas de serviços públicos: Contas de água, luz, internet ou IPTU em seu nome.
Recibos de pagamento de despesas: Qualquer documento que comprove investimentos no imóvel, como pagamento de manutenções, reformas ou benfeitorias.
Contrato particular: Mesmo que não registrado, um contrato de compra e venda ou cessão de direitos pode servir como indício de posse.
3. Testemunhas
Depoimentos de vizinhos ou pessoas que conhecem a situação do imóvel são provas importantes. Essas testemunhas devem confirmar:
O tempo de ocupação do imóvel;
Que a posse é exercida de forma pacífica e sem oposição;
Que você é reconhecido como possuidor do imóvel.
4. Fotos e vídeos
Registre fotograficamente ou em vídeos:
O estado atual do imóvel;
Melhorias realizadas por você, como reformas, construções ou ampliações;
O uso efetivo do bem, seja como residência ou para outra finalidade.
Esses registros ajudam a demonstrar a relação direta com o imóvel.
5. Laudo técnico ou planta do imóvel
Contrate um engenheiro ou arquiteto para elaborar uma planta do imóvel ou um laudo técnico que comprove sua ocupação. Esses documentos são essenciais para delimitar a área ocupada e evitar questionamentos futuros.
6. Certidões negativas
Apresente certidões negativas de ônus e litígios sobre o imóvel. Isso demonstra que não há pendências legais ou disputas judiciais que possam interferir na sua posse.
7. Relacionamento com o bem
Provas indiretas também são válidas para demonstrar seu vínculo com o imóvel. Por exemplo:
Matrícula de filhos em escolas próximas;
Correspondências recebidas no endereço;
Declarações em cartório que atestem o uso do imóvel.
8. A importância do advogado especializado
Contar com um advogado especializado em usucapião faz toda a diferença. Esse profissional ajudará a organizar as provas, conduzirá o processo de forma eficiente e garantirá que todos os requisitos legais sejam atendidos, seja pela via judicial ou extrajudicial.
9. Regularidade da posse
Evite qualquer situação que possa interromper sua posse ou causar questionamentos, como abandonar o imóvel temporariamente ou permitir que terceiros utilizem o bem sem controle.
10. Escolha a via adequada
Se não houver oposição de terceiros, o processo de usucapião pode ser realizado de forma extrajudicial, diretamente no cartório de registro de imóveis. Caso contrário, será necessária uma ação judicial.
Conclusão
Provar o exercício de posse é um dos passos mais importantes para requerer a usucapião. A reunião de provas robustas e a organização adequada do processo são essenciais para garantir o reconhecimento do seu direito. Não hesite em buscar orientação de um advogado especializado para conduzir o processo com segurança e eficiência.
Regularizar seu imóvel não é apenas um direito, mas também um investimento em sua segurança jurídica e patrimonial. Há pesquisas que indicam que um imóvel regularizado vale cerca 30% a mais. Comece hoje mesmo a transformar a posse de fato em posse de direito!
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